Dessa
vez Rael encarava Mara de volta. Ele estava furioso, essa mulher tinha feito o
passado dele ser mais difícil, e agora estava atualmente perseguindo uma garota
de quem ele tinha se tornado amigo.
―
Dessa vez você criou coragem para me olhar nos olhos? ― perguntou Mara com um
tom admirado. Nem os próprios membros de clãs ousavam olhar Mara abertamente.
―
Se você ousar tentar machucar minha irmã mais uma vez eu não perdoarei você.
Você pode até ser a deusa do mundo, ainda sim, eu irei tirar sua vida ― disse
Rael firmemente contendo o instinto assassino, por causa do que Violeta tinha
dito sobre usar ela.
―
Você tem mesmo coragem, desde que vi você enfrentando o clã Asura, eu fiquei
impressionada. Mas eu devo deixar uma coisa bem clara ― disse Mara fazendo uma
pausa e quando Rael percebeu já era tarde.
Ela avançou como um vulto e o
agarrou no pescoço, levantando-o no ar e o empurrou contra a árvore. ― Eu não
sou uma simples jovem mestra do clã Torres, meu status é muito mais alto e eu
não fico atrás em poder ― disse ela apertando a garganta de Rael.
Mesmo Rael tentando se soltar com as
duas mãos, estava difícil, se ele estivesse com sua força total aquilo com
certeza não estaria acontecendo.
―
Escute com atenção. Você é meu, você pertence a mim de agora em diante. Eu não
quero nem sonhar em ver você com qualquer outra mulher. Será que fui clara? ―
Mara falou.
Rael estava usando toda a sua força
restante para se soltar porque estava quase sem ar. Sua mão direita forçou a agir
sozinha e deu um tapa de mão aberta em Mara, acertando entre o meio dos peitos
dela.
Mara o soltou e recuou uns cinco
passos para trás quase caindo. Ela sentiu que Rael estava fraco no momento que
o agarrou, por isso ela ficou surpresa com aquela explosão de força dele.
―
Nada mal, você faz jus a minha escolha, conseguiu se soltar de mim mesmo em um
estado tão deprimente ― disse ela ajeitando a parte do vestido no peito.
Ela sentiu o local onde Rael bateu
queimando um pouco, não foi um simples tapa. Rael por outro lado estava de
cabeça baixa se recuperando.
Rael inspecionou o nível de Mara e
se surpreendeu. Mara estava no quarto reino, domínio da força nível cinco.
Aquilo foi um grande choque, mesmo ele não esperava encontrar alguém com esse
nível de poder ainda sendo tão nova. Não era atoa que ela o subjugou tão
rápido.
―
Eu nunca quis um homem obediente como um cachorrinho do meu lado ― disse Mara
abrindo um lindo sorriso. ― Você é com certeza o homem que eu tanto procurei.
Não só tem uma grande força, tem charme e até coragem.
―
Não fuja do assunto, nós ainda não terminamos, você vai parar de perseguir Rita
ou eu vou tornar as coisas difíceis para você ― disse Rael recuperando
totalmente a postura.
Ele apertou os punhos irritado. Ele
podia chamar Ralf e acabar com ela em um piscar de olhos, mas devido o conselho
de Violeta, ele estava se contendo.
―
A certo, você tem mais preocupação com sua irmã mais nova do que com você
mesmo. Eu realmente não esperava que as coisas fossem ficar dessa forma ― disse
Mara parecendo um pouco desapontada.
―
Seja lá o que você quiser me diga, mas não tente mais atacar Rita ou qualquer
um da minha família. Desde que você prometa deixar eles em paz eu ouvirei seu
pedido ― disse Rael tentando conter o tom das suas palavras, ele soou mais
calmo.
―
Nunca foi minha intenção fazer você ter raiva de mim, ou deixar que você
descobrisse isso, se chegamos a isso então temos que recomeçar ― disse Mara
também se acalmando.
Ela realmente não queria Rael
furioso com ela. Os planos que ela tinha para ele eram um pouco diferentes.
―
Desde que você me de sua palavra sobre não machucar minha família podemos
tentar ― disse Rael mantendo a calma.
―
Tudo bem Samuel, eu dou minha palavra com uma condição ― ela então abriu um
belo sorriso mostrando fileiras de dentes perfeitos. ― Se você prometer ser
apenas meu ― disse Mara.
Ela jamais aceitaria dividir um
homem com outra mulher, se ela pudesse ter essa garantia então ela estaria
satisfeita.
―
Por que você me quer tanto? Quais são seus planos? ― perguntou Rael em um ar
sério.
Embora ele quisesse aceitar de
imediato o pedido dela, ele ainda queria ter certeza sobre o que ela queria
dele, ele precisava confirma que Violeta estava mesmo certa.
―
Você não tem vontade de crescer? Se tornar alguém importante? Sair dessa cidade
medíocre e partir na direção dos céus? Eu posso oferecer isso a você. Minha
família tem poder, dinheiro, prestígio. Nós dominamos o continente sul e somos
os mais fortes, embora tenha outros quatro clãs fortes também, eles ainda estão
abaixo de nós. Eu sou filha do Ancião mais poderoso do meu clã, não somos do
ramo principal, mas almejamos isso. Com sua ajuda poderemos subir juntos. ―
disse ela.
Rael ficou um pouco em silêncio.
Violeta estava certa, essa mulher queria mesmo usá-lo para crescer dentro do
própria clã.
―
Por que minha ajuda é importante? Você é bem forte, mais forte do que eu, não
sei no que poderia ser útil ― perguntou Rael com calma.
―
Meu ramo não pode assumir a liderança se eu não conseguir um marido. Mas não
quero qualquer um, quero alguém forte, corajoso e talentoso ― disse ela.
―
E você acha mesmo que eu sou a pessoa mais indicada pra isso?
―
Você não tem que se preocupar com o que eu acho ― disse ela.
―
Se você não é do ramo principal, quem é? ― perguntou Rael curioso.
Ele não sabia ainda se Natalia
continuava no clã, ou se seu pai Romeo ainda era o patriarca, aquilo o deixou
interessado por essa informação.
―
Um patriarca estúpido com uma filha fracassada sem futuro. Eles não terão mais
qualquer chance de continuar no poder, uma vez que perderem no torneio ― disse
Mara com desdém.
Ela parecia estar se lembrando de
algo enquanto falava com Rael. Ela virou-se de costas para Rael e ficou olhando
as chamas.
Rael entendia que poder nesse mundo
era algo que movia montanhas. Por isso ele soube do que Mara falava.
Olhando as costas de Mara ele teve
que suspirar e engolir todo seu ódio. Violeta estava certa, ele poderia usar
essa mulher e voltar para o clã.
Infelizmente ele reconheceu que sua
força atual não era suficiente para ajudar na sua vingança. Ele poderia até
seguir em frente, mas sua força seria um problema.
―
Você ainda não me deu sua resposta e estou esperando ― disse ela olhando para
as chamas. Lembrando Rael do inevitável.
A resposta de Rael envolvia muito
mais do que vingança, envolvia um casamento com uma mulher que ele odiava, e
possivelmente mais coisas envolvidas do que se podia imaginar. Quando Violeta
disse a palavra sacrifício não pareceu ser tão difícil como estava prestes a
ser.
―
Você vai me levar imediatamente ao seu clã? ― perguntou Rael, antes de
responder.
―
Não seja estúpido, mesmo que você me diga sim a gente mal se conhece. Eu darei
um tempo a nós para nos conhecermos melhor, o que me diz? ― perguntou ela e se
virou de volta para Rael.
―
Eu ajudarei você, mas não posso seguir sua condição ― disse Rael de volta. Nas
palavras de Mara ele teria que se afastar de Rita e isso ele não queria fazer.
―
Me ajudar? Na verdade isso é bem o contrário. Nesse momento você não é nada,
mas se você se tornar meu marido, será parte de um dos maiores clãs e me terá
como esposa. Vai me dizer que por acaso aquela pirralha é melhor do que eu? ―
perguntou Mara com desdém.
―
Posso não ser nada, mas tão rápido quanto eu entrei na sua vida, eu posso desaparecer
e você nem vai sonhar que me viu ― disse Rael de volta.
―
Faça isso e eu mato toda sua família até você aparecer, se eu não ficar
satisfeita então mato todos da sua antiga cidade e depois procuro sua mestra ―
Mara respondeu tão friamente que as palavras pareciam facas saindo de sua boca.
―
É assim que você quer recomeçar? Sem conseguir parar de me ameaçar?
―
Eu o dei uma condição bem simples e ainda sim você se torna tão relutante.
―
Você não tem do que reclamar. Quando você apareceu, Rita já estava comigo, eu
não sou obrigado a tirar uma pessoa da minha vida que chegou antes de você. Ela
é minha irmã mais nova, não importa a forma que você me ameace, isso não vai
rolar ― disse Rael firmemente de volta. Nem ele entendia porque era importante
manter Rita ao seu lado.
Mara apertou os lábios. Rael era
afiado nas palavras e teimoso. Ela não conseguia entender como ele tinha tanta
coragem para enfrentá-la. Mas era isso que mais atraia a atenção dela, um homem
que não aceitava tudo que ela dizia por medo.
―
Que tipo de relacionamento você tem com sua Irmã?
―
É o tipo que não interessa pra você, ela não vai atrapalhar seus futuros
planos, se está preocupada com isso ― disse Rael de volta.
Mara se sentiu irritada, mas ao
mesmo tempo feliz. Ela não conseguia entender seus próprios sentimentos
confusos e também percebeu que ameaças não surtiam efeito em Rael.
Isso era bom, porque uma vez que ele
estivesse a ajudando contra as outras partes de seu clã, ele precisava ser
forte como estava sendo agora contra ela, sem ceder tão facilmente a qualquer
pedido ou ordem.
Com esse pensamento ela se encheu de
prazer e aceitação. Então ela sentiu um desejo enorme de agarrar aquele homem a
sua frente como nunca sentiu antes.
Rael ainda esperava a resposta que não vinha, em
vez disso, Mara avançou a passos na direção de Rael abrindo um sorriso sedutor,
tão lindo que seria capaz de congelar homens.
Rael foi completamente pego de surpresa pelos
braços de Mara, que o envolveu agarrando seu pescoço. Ele viu claramente aquela
ação ocorrendo, mas se sentiu estranhamente vulnerável a aquela mulher e por
isso não teve reação.
Ele foi pego despreparado por aquele sorriso
incrível.
Tão rápido quanto se assustou por essa ação, ele
teve seus lábios apertados pelos dela. Rael teve o instinto de fugir dela como
um lutador faria contra uma presa.
Mas foi envolvido por aquela situação
estranhamente agradável. Mesmo Mara sendo uma cretina de coração frio e fazendo
parte da lista que estava em sua vingança.
Ainda assim ela tinha lábios macios, um hálito
doce, um corpo quente e uma bela aparência.
Rael nunca tinha beijado uma mulher depois de
atingir essa idade, e mesmo que aquela fosse uma mulher odiável, ele não
conseguia negar o fato que fazer aquilo era bom.
Ele não entendia direito, mas o corpo dela se
encostando contra o dele o fazia se sentir bem. Até os peitos dela estavam
sendo empurrados contra o seu corpo e o cheiro dela não era nada desagradável,
como ele pensou que seria.
Rael fechou os olhos imitando Mara e começou a
corresponder o beijo por puro instinto, suas mãos entrelaçaram as costas de
Mara e puxando contra ele com força a fazendo gemer um pouco de dor pelo
aperto, mas não pararam de se beijar.
Com o corpo dela mais perto do dele, mais partes se tocaram, e com isso ele sentiu o próprio instrumento enrijecer de uma forma bem diferente do comum e quando encostava no corpo dela, dava a ele uma sensação melhor ainda.
Mara se sentiu desejada de uma forma que nunca
havia sentido antes. Quando ela geralmente tentava ficar com algum homem, esses
homens mal tinham coragem de passar a mão no braço por causa de seu apoio
familiar. Beijar então? Eles até se tremiam de medo de dar um simples selinho
nela.
Rael não! Ele estava a beijando com força, a
apertando contra ele, chupando e lambendo os lábios dela, e ainda esfregando
aquela coisa dura próximo as pernas dela. Não se sabia direito qual dos dois
saiu mais do controle.
Mara pretendia dar apenas um pequeno beijo em
Rael. Mas seu corpo agora não parava de pedir mais, ela continuava chupando a
língua e os lábios de Rael numa fúria incessante.
Se por um lado Rael tinha perdido o controle pros
instintos, do outro Mara estava numa situação parecida. O corpo dela parecia
está em chamas e ela nunca se sentiu assim antes, deseja, sendo desejada por um
parceiro sem medo.
As poucas experiências que ela já teve até aquele
dia, tinham sido meras brincadeira de criança comparado aquilo.
Os dois se beijaram como dois animais ferozes por
quase três minutos inteiros. Quando se afastaram ainda estavam recuperando o
fôlego.
Rael ficou ali boquiaberto parado como um idiota.
Ele odiava Mara, mas um momento atrás tudo tinha sido esquecido e ele desejou
que aquilo não acabasse.
―
Isso foi incrível e pelo que vi você também adorou ― disse Mara se virando e
assoviou. ― Nos veremos em breve, é melhor não me tratar como uma estranha ou
como se não soubesse de nada do que temos a parti de agora ― disse ela.
―
E sobre sua palavra? ― perguntou Rael se recuperando um pouco.
―
Não abuse da sua sorte garoto ― respondeu ela de volta.
Rael ouviu o som de uma cavalgada e
um cavalo branco surgiu ao lado de Mara. Ela montou nele, deu uma última olhada
em Rael e depois virou-se batendo as rédeas. O cavalo partiu levando Mara de
volta para a cidade.
Rael ainda conseguia sentir o gosto
de Mara na boca, suas roupas estavam com o cheiro do perfume dela. Seus
instintos ainda estavam se acalmando, ele realmente nunca tinha sentindo aquele
estranho desejo antes.
Rita estava no próprio quarto
pensado. Sua mãe, Barbara, a pouco tinha tido uma conversa com ela.
Barbara não era contra ela ter um
relacionamento com Rael, no entanto, ela não queria que a filha fosse muito
longe. Ela tinha apenas treze anos e caso avançassem sinal agora, ela poderia
até ter problemas com o corpo que não desenvolveria totalmente.
―
‘Se você quer ser bonita no futuro então não se deite com ele agora, uma
gravidez fora de hora vai interromper seu desenvolvimento físico, podendo
tornar você até numa futura mulher feia. Você não quer ser feia para Samuel no
futuro certo? Então se cuide para que isso não aconteça.’ ― Rita se lembrava do
conselho da mãe.
Rita nunca planejou nada disso, as
coisas foram apenas acontecendo. Ela suspirou depois de fechar os olhos por
alguns segundos e se decidiu.
Tirou uma das pílulas vermelhas do
bracelete e olhou para ela entre seus dedos por um tempo. Depois levou a boca e
engoliu.
Ela não sentiu nada de inicio, então
de repente seu corpo inteiro por dentro começou a esquentar, seus meridianos se
encheram de energia. Era tanta energia que transbordava do corpo dela mesmo sem
ela se concentrar.
A cama que ela estava sentada
começou a tremer, os panos foram empurrados e o corpo dela tremia.
Ela não estava nem cultivando e
mesmo assim seu poder estava explodindo. Ela entendeu que se não tomasse logo o
controle aquilo poderia ser pior.
Rita correu saindo de cima da cama e
se sentou no meio do quarto. Imediatamente ela fechou os olhos e começou a
tentar conter aquele poder assustador que irrompia do corpo dela.
As veias pelo seu corpo bombeavam
uma energia assustadora, ela sentiu seu poder crescendo tão rápido que não
parecia ser apenas 350% como Rael descrevera, era algo muito mais assustador.
Rita sentiu seu poder se acumular
por dentro. Ela sentiu como se dentro de seu peito algo estivesse sendo criado,
se preenchendo e crescendo.
Era algo muito maior e mais
poderoso. Ela podia sentir os fios quentes de energia correndo por seu peito e
se espalhando por seu corpo.
Ela sentia seu corpo se fortalecendo
de uma maneira que nunca sentiu antes.
Ela rapidamente entendeu o que
significava.
―
‘Eu estou passando de reino!’ ― Ela pensou, mas se manteve concentrada.
Faíscas de seu poder contornavam o
quarto e consequentemente faziam as paredes tremerem.
―
Filha do céu! ― Barbara abriu a porta espantada e Adam estava ao lado.
Ambos olharam a filha sendo cercada
por todo aquele poder. Se fosse um pouco mais forte a casa poderia não
aguentar.
―
‘Estou no segundo reino já indo pro nível 2!’ ― Aquilo chocou Rita mais uma
vez.
Ela mal tinha mudado de reino e seu
poder ainda continuava em um crescimento apavorante.
Ela não estava nem sabendo que seus
pais estavam na porta agora. Estava tão concentrada que tinha até se apagado do
mundo.