Rael tinha ficado tão descontrolado com a situação
envolvendo Elisa que nem ao menos lembrou de perguntar sobre o pacto envolvendo
Natalia, mas ele tinha dito que a veria quando anoitecesse, junto com Rana,
então ele não se preocupou muito.
Depois
disso, sua preocupação mudou para um tópico que ele ainda não queria aceitar
completamente.
― Ativar: Violeta. Está me ouvindo, Violeta? ― Rael esperou
a resposta, enquanto batia a mão do anel no rosto.
― ‘Rael? Precisa de alguma coisa?’ ― perguntou Violeta do
outro lado.
― Conhece uma tal de pílula chamada de Mutação? A pessoa que
trocou de forma e se passou por Nastácia usou essa pílula ― disse Rael, que não
queria entrar em detalhes. Se Violeta ao menos sonhasse que era Elisa a pessoa
por trás de tal coisa, iria atormentar Rael pelo resto da vida. Ela jamais
conseguiria parar de rir na presença dele.
― ‘Pílula da Mutação? Eu até já ouvir dizer, mas um dos
recursos para produzi-la não existe nesse mundo. Então isso é impossível que
alguém daqui tenha, de fato, feito. A não ser que Alexia tenha trazido mais
recursos de fora para outras pessoas, além de apenas você.’
Falando
em recursos, Rael tinha sido presenteado por Alexia com uma vasta variedade deles.
Alexia trouxe muitas ervas e pedras, metais, pedras espirituais e outras coisas
do outro mundo para Rael. Com isso, Rael poderia atualizar todas as suas
criações para outros níveis. Ele ainda não tinha começado a fazer, mas em breve
pretendia.
― Não existe nesse mundo? Como assim não existe?
― ‘Eu só ouvi falar dessa pílula, mas dizem que alguém que a
usa tem seus instintos assassinos ocultos junto a aparência. Dizem que é a
melhor pílula de disfarce, no entanto, ela só pode ser usada uma vez. Por esse
detalhe ela não é tão almejada.’
― Entendi. Violeta, me explique mais uma coisa: A pessoa que
tomou essa pílula, mudou de corpo, correto? A forma dela virou a de outra
pessoa. Então, no sentido geral, eu posso dizer que essa pessoa transformada em
Nastácia, na realidade seria a própria Nastácia, certo? O que eu quero dizer é
que, quando essa pessoa tomou o lugar de Nastácia, ela virou mesmo essa mulher,
de modo que até mesmo o corpo mudou junto, não é isso? Então, basicamente eu
poderia dizer que, durante aquele tempo, era como se eu estivesse mesmo com
Nastácia, correto? ― Rael tentou evitar deixar muitas pontas soltas na
pergunta, mas isso foi inevitável.
― ‘Eu não entendi sua pergunta. Seja mais especifico.’
― Se eu beijei a Andréa daquele tempo, eu posso dizer que
provei dos lábios da própria Nastácia, já que ela estava transformada nela, não
é verdade? ― Rael foi direto ao ponto de repente. Violeta ficou em silêncio por
alguns instantes.
― ‘Você descobriu quem foi a pessoa? Me diga, quem foi?’ ―
Violeta, ligeira como era, rapidamente desconfiou.
― Responda primeiro a minha pergunta ― disse Rael de volta.
― ‘Sua análise está equivocada. A pessoa pode ter tomado a
forma de Nastácia, mas isso é apenas semelhante a uma ilusão. Por baixo daquela
camada de princesa ainda será outra mulher. Se você a beijou, para você pode
ter parecido ser a princesa, mas na verdade você estava beijando uma outra
mulher. Agora me diga, quem foi a mulher disfarçada de Andréa?’ ― Violeta
mantinha a serenidade do outro lado. Mas, por dentro, ela estava segurando uma
vontade quase incontrolável de gargalhar da tentativa de distorção de Rael,
embora fingisse estar indiferente. Rael engoliu saliva, só em pensar em falar a
verdade para Violeta já o faria tremer na base.
― Mas o corpo era o de Nastácia, você não lembra? Ela tinha
até as mesmas marcas, não havia nada que a diferenciasse.
― ‘Aquilo era apenas uma aparência superficial, Rael. Se
alguém se transformasse em mim, teria a minha beleza na aparência externa. Não
teria o meu poder, não teria a minha sedução por parte da minha linhagem, nem
mesmo o meu sangue. Essa pessoa não teria nada, apenas a minha aparência
superficial. Por exemplo, se naquela época eu tivesse conseguido analisar
aquela mulher, ela com certeza não seria uma rara humana perfeita. Ela não
teria o mesmo sangue de Nastácia. Se você ficou com essa mulher e quer se
iludir forçando ser Nastácia, esqueça, pois só está mentindo para si mesmo.’
Quanto
mais Rael ouvia as explicações de Violeta, pior ele se sentia. Mas fazia todo o
sentindo. Se uma pessoa tomasse a forma de outro e ganhasse o seu poder, seria
muito fácil ficar poderoso.
― Eu não descobri quem foi, só recebi pistas de ser essa
pílula, hehe ― Rael mentiu e riu para disfarçar. Violeta ficou em silêncio por
alguns instantes e depois se despediu de Rael sem insistir. Isso deixou Rael
ainda mais preocupado. Mas ele não disse nada e encerrou o chamado.
― ‘Se ela descobrir a verdade, eu estou frito!’ ― Rael
pensou enquanto suava frio.
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Rael,
que tinha passado esses cinco dias em um tipo de auto confinamento, finalmente
voltou a ativa. É claro que ele sempre recebia visita das pessoas que se
importavam com ele, mas naquele estado ele só queria passar um tempo sozinho.
A
primeira coisa que Rael fez foi se teleportar para o seu clã Nova Esperança. Lá
ele fez uma checagem em cada um de seus discípulos, até mesmo em Thais e Laís.
A própria Thais também tinha se tornado discípula dele.
― Existem muitos boatos correndo a seu respeito. Você
finalmente deu as caras ― disse Thais com um sorriso, enquanto acompanhava Rael
em uma caminhada.
― Eu sinto como se tivesse tirado uma rocha do meu caminho,
só para descobrir que agora existe uma montanha ― disse Rael em um tom casual.
Romeo tinha sido seu pesadelo dessa vida, mas da sua verdadeira vida ele estava
longe de obter respostas. Ele sequer sabia quais eram seus inimigos. Uma vez
que ele precisava libertar as violadoras, ele teria que buscar mais informações
de suas origens em mundos mais poderosos e avançados. Buscar mais poder
significava que, em algum momento, seus inimigos iriam descobri-lo. Durante
esses cinco dias, Rael fez um grande esforço para pensar sobre a sua situação
atual e isso o fez perceber que sua vingança dessa vida comparada a da vida
passada não era nada. Aqui Rael conhecia seus inimigos e sabia que cedo ou
tarde teria o poder para superá-los, mas os inimigos que ele não conhecia, não
fazia ideia de como iria ser.
― E por que você está pensando assim? Você finalmente
conseguiu a sua vingança, está a um passo de se tornar imperador. Não é tudo
pelo qual você tanto trabalhou? ― Thais continuava sorrindo enquanto caminhava
junto a Rael, isso o fez relaxar um pouco.
― Acho que você está certa... ― disse Rael depois de alguns
instantes, se resignando. Thais tinha visto através dos olhos dele que ele
estava com problemas, ela apenas fingiu não ver e impôs os pontos positivos
para que ele relaxasse um pouco, e isso funcionou. Thais não podia ajudar nos
problemas de Rael, ela tinha ciência dos envolvimentos de Rael e suas aliadas,
seu poder não podia nem mesmo ser comparado a nada perto das aliadas de Rael.
Ficar perguntando só iria deixá-lo mais preocupado, por isso ela preferiu agir
dessa maneira.
Depois,
Rael foi rever Ana. Ana já sabia o que tinha ocorrido e estava muito surpresa
com todas as novidades. Os boatos mais picantes eram que todas as mulheres
envolvidas com Rael ficavam mais fortes.
― Será que vão pensar que sou sua amante também, Rael? ― Ana
perguntou tirando uma casquinha enquanto ria da situação. Rael riu de volta
despreocupado e acrescentou.
― Para a sua sorte, é melhor não pensarem.
Principalmente Mara ou Keylla ― Rael
agora tinha duas mulheres duronas, e não apenas uma. Mas ele estava se
acostumando e não ligava tanto pra isso.
― Nesse ponto eu acho que concordo ― Ana riu levando a mão a
boca, enquanto pensava em Mara. Qualquer um podia notar que Mara tinha um forte
temperamento. Mas Keylla ela não conhecia bem.
― Precisa de alguma coisa? Algum assunto que requer minha
atenção? ― Rael perguntou ficando sério.
― Se você quiser fazer a coleta hoje tudo bem, mas por
enquanto não há nada a mencionar.
― Vou fazer uma lista de coisas que vou querer que você
compre. Eu andei fazendo algumas armaduras e armas mágicas, mas não fiz para
todos. Tenho que terminar ― explicou Rael e Ana assentiu.
― Os nossos lucros melhoraram. O senhor Reis se tornou nosso
mestre de negócios e conseguiu muitos bons acordos nesses últimos tempos.
Alguns clãs estão nos pagando muito bem pelo nosso minério e nossas ervas, mas
acho que isso tem seu nome no meio ― explicou Ana. Rael sabia que conforme seu
nome crescia, os clãs tentariam se aproximar o máximo possível e manteriam bons
termos com ele e seu clã. Agora que Rael tinha oficialmente mudado o nome do
clã, ele também o assumiu, deixando seu próprio nome como chefe do clã, fazendo
Ana ser a representante e porta voz.
― Libere os guardas da família Raleon, vocês não precisam
mais deles ― disse Rael e Ana assentiu. Com a força dela, da família Reis, de
Beatriz e da família Alencar, agora eles poderiam lidar até mesmo com uma
rebelião sem nenhum medo. Isso sem mencionar que algumas pessoas já tinham
armaduras e armas mágicas completas.
Depois,
Rael foi ver a família Alencar e todos pareciam muito bem. Janete continuava
envolta de um ar triste, mas mesmo assim ela sorriu para Rael enquanto o
reverenciava com imenso respeito. Mesmo que ela não se lembrasse do amor por
esse jovem, ela ainda tinha uma eterna gratidão por ele ter salvado ela e toda
sua família.
― ‘Eu posso hipnotizar qualquer pessoa abaixo do décimo
segundo reino, mas conforme essa pessoa for se fortalecendo e se aproximando
desse reino, elas também vão ter suas memórias de volta, não esqueça disso.’ ―
Violeta tinha avisado Rael sobre essa falha na habilidade dela, e isso deixou
Rael preocupado. Janete e seus familiares já estavam entre o nono e décimo
reino, eles não demorariam muito chegar ao poder das leis. Mas o maior problema
seria Janete. Rael não sabia como se desculpar no futuro. Por enquanto ele só
podia suspirar e deixar para pensar nisso mais para frente.
Ele
encontrou Beatriz depois com a família Reis. Beatriz tinha um lugar agora em
qualquer canto que fosse, seja na residência da matriarca ou na família Reis.
Ela era uma boa moça e fácil de fazer amizade, inclusive, alguns homens da
família Alencar já estavam tentando conquistar o coração da jovem moça. Ela
ainda estava imutável devido aos seus sentimentos ainda mornos por Rael, mas
não demoraria para ela se envolver com alguém, ela era afinal uma bela jovem
gentil, agradável e de bom coração.
Depois
de rever todos os seus discípulos, Rael se teleportou de volta para casa. Suas
esposas estavam com outro tipo de saudade e era justificável. Rael atrapalhou o
cultivo das meninas e ficou um tempo com elas. A princípio, ele não pretendia
fazer nada demais, porém Mara estava furiosa sobre o fato da princesa estar
grávida e ela não.
― Eu estou casada com você a praticamente um ano, marido,
como não engravidei ainda? Você teve uma lua de mel com aquela princesa e já
conseguiu engravidá-la? Eu só posso imaginar que Natalia e eu temos algum
problema! Hunnf! ― Mara não escondeu sua frustração. Ela não disse nada antes
durante os cinco dias porque Rael estava se recuperando do fato de ter
concretizado a sua vingança, mas agora era diferente, ele finalmente tinha
retornado.
― Vamos resolver essa história já! ― Rael sorriu, agarrando
Mara em um abraço. Ela ainda lutou tentando parecer que não queria papo com o
jovem, mas a insistência de Rael e seus carinhos sinceros fizeram a bela moça
parar de lutar.
Logo,
os três voaram para cama, entre beijos apressados e roupas arrancadas. Com os
cinco dias passados, eles já estavam mais do que recuperados da maioria das
dores daquela batalha. Rael deu a cada uma delas uma pílula com a desculpa de
que aumentaria as chances de engravidar.
― Isso vai mesmo funcionar? ― Mara perguntou, segurando a
pílula branca em seus dedos, ela podia sentir um leve aroma de ervas doces.
― É claro que vai, amor. Engula ― disse Rael sorrindo e
beijando o pescoço de Mara, a moça engoliu
a pílula enquanto sorria. Natalia também tomou uma. Depois eles
começaram.
A pílula de Mara não servia para
nada, mas a de Natalia a impedia de engravidar. Rael teve que seguir o conselho
de Alexia, seria perigoso engravidar Natalia naquela situação. E claro que ele
não ia falar isso para deixar Natalia preocupada. Tudo que ele podia fazer era
manter dessa forma. No futuro ele inventaria uma desculpa melhor.
Os três
fizeram por praticamente a tarde inteira. Quando terminaram, ficaram deitados
na cama em silêncio. A relação entre esses três era muito boa, ninguém
acreditaria que Rael seria capaz de fazer suas duas primas fazerem com ele ao
mesmo tempo. Mara ainda era como uma leoa indomável, enquanto Natalia era como
uma rosa pura e delicada. Eles três na cama eram como ventos calmos e
terremotos furiosos. Quando Mara pedia para apanhar, o que estivesse em melhor
posição a agrediria. Não importa se era Natalia ou Rael a bater, contanto que a
fizessem sentir um pouco de dor em meio ao prazer, ela rugiria de satisfação.
Eles já estavam acostumados a deixar marcas em Mara, mas essas marcas sempre
ficariam por baixo das roupas, jamais expostas no rosto, braços ou pernas. Já
Natalia preferia o carinho. O ponto fraco de Natalia era o pescoço, quando Rael
ou Mara a chupava no pescoço ela se deliciava em um intenso prazer
incontrolável.
― Você poderia passar mais alguns dias com a gente antes de
ir para outros lugares. Não pense que eu me sentirei satisfeita com apenas um
dia ― Mara segurava a mão de Rael enquanto dizia isso. Ele apertou a mão dela
de volta sorrindo. Cada uma de suas esposas estavam aninhadas em seus braços
deitadas cada uma de um lado. As duas ainda estavam nuas, havia uma coberta
cobrindo a nudez dos três da cintura para baixo, os seios de cada uma delas
estavam pressionados contra os braços de Rael. Rael não sabia qual das duas
tinha a pele mais macia, mais quente e delicada. Sem mencionar o cheiro
perfumado dos corpos delas que embriagava completamente a mente de Rael.
― Eu concordo com ela. Passe mais tempo com a gente, as
coisas são muito melhores com você por perto ― disse Natalia do lado com um
sorriso tímido, quando Rael se virou para ela.
Rael
ainda estava aprendendo a dividir o seu tempo. Ele também tinha suas duas
guardiãs, Anita, Rose e possivelmente Rika, que muito em breve entraria na
lista. Mas como Rael não poderia realizar o desejo delas?
― Eu vou resolver umas coisas hoje, mas volto mais tarde pra
ficar com vocês. Depois eu terei que visitar o castelo, Anita está me
incomodando há dias, pedindo atenção também. Ficarei um dia com ela, depois
irei para o esconderijo ver como estão as coisas e então voltarei para vocês ―
explicou Rael. Ele não escondeu nada, a não ser o fato de se encontrar com Rose
e Rika.
― Um dia! Humpf! Isso é o tempo que você define para nós,
sua primeira e segunda esposas? Faça-me rir! ― Mara beliscou a pernas de Rael
com força, fazendo-o tremer na cama. Natalia apenas riu da reação dele do outro
lado enquanto ele gemia e reclamava com Mara.
Mesmo assim, Mara não ficou com raiva. Se Rael pudesse mesmo dar um filho a ela, ela não ficaria tão chateada como estava sobre a princesa está grávida e ela não. Por isso ela se manteve animada, a pílula que Rael deu a ela parecia muito impressionante e ela pensou que com a pílula agora ela poderia engravidar. Ela só não sabia que isso no fim das contas não ia ter nenhuma relação com a pílula.
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Capítulo patrocinado por: Joanice dos Santos